sábado, 11 de julho de 2009

Angola: uma nova oportunidade

Crise mundial instalada, abre-se o debate sobre as melhores opções de investimento nestas fases e como gerar riqueza sustentável para públicos e privados. Neste sentido, parece inevitável falarmos do papel da economia angolana e da sua consolidação como economia real em crescimento, em tempos de recessão no século XXI.
Importa salientar, primeiro que tudo, que a economia angolana não escapa também á crise mundial e ao enfraquecer das relações comerciais mundiais pois vivemos hoje no mundo da globalização e da liberalização das relações comerciais, pessoas, bens e capitais. O próprio governo angolano viu-se obrigado, recentemente, a rever o orçamento de estado de 2009.

Para os menos entendidos em matérias de gestão e economia, passarei por explicar muito sucintamente alguns motivos que justificam o actual momento de forte recessão económica e, ao invés, a economia angolana continuar em crescendo. Em economia trata-se de crescimento económico, o fenómeno em que o crescimento dos sectores de actividade de um país (produção, exportação, investimento….) ou seja o chamado PIB – Produto Interno Bruto – é superior á taxa de crescimento populacional desse mesmo país.

Deste modo, é normal que o crescimento do PIB em economias fracas e pouco desenvolvidas tenha maior margem para progredir que o PIB numa economia robusta, empreendedora e em fase de maturidade e que, evidentemente, não apresenta as mesmas necessidades de indústria ou investimento estrutural. Estas são economias que apelam mais ao empreendedorismo ligado à inovação e a estratégias de marketing e posicionamento. Esta análise permite-nos então, compreender melhor a janela de oportunidades que Angola representa nos dias de hoje em que o regresso da economia da depressão parece estar aí.

Segundo Aguinaldo Jaime – Comissão de Reestruturação da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) – apesar de a crise internacional ter provocado uma desaceleração da procura mundial do petróleo, Angola continua a recolher enormes manifestações de investimento privado. Para os empresários que investem no mercado angolano, os sectores mais atractivos continuam a ser o sector primário (agricultura particularmente) e o sector petrolífero. No entanto, segundo o jurista, outros sectores de actividade ao nível do comércio e da prestação de serviços apresentam um crescimento significativo nos últimos anos, representando actualmente 42% do PIB.
O objectivo do governo angolano passa agora por uma maior diversificação da economia, ainda muito dependente do sector do petróleo, o que se revela trágico especialmente nesta altura em que os preços desta matéria caem há já várias sessões consecutivas.

Para tal, é preciso acrescentar que, do outro lado, o governo deverá criar todas as condições de paz, reforço da democracia, educação e saúde, combate à corrupção, simplificação da burocracia e criação de redes infra-estruturais de modo a contribuir para atrair investimento estrangeiro que potencie as condições de vida e as capacidades de aprendizagem á escala mundial do povo angolano.

Jorge Manuel Honório

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